sábado, 1 de fevereiro de 2014

#2 déjà vu volage, 1976.



Não empreste a tua dor, toda dor tem sua beleza desvairada. Deseje por um instante de entendimento, um ligeiro ímpeto de lucidez. Guarde das pétalas o aroma doce da ilusão. Na mente, observe as cenas repetidas do amor de mãos atadas, tantas vezes encenado nos becos imundos sobre os tuneis de Paris. Das canções guarde apenas as guitarras dementes do som do the cure. E depois do último trago no cigarro, tenha certeza que o amor nunca acaba, ele apenas se dilui formando uma nova camada impermeável sobre nossos corpos cansados de tanto amar, amar e amar.

Elisa Bartlett
Tumblr: oxigenio-dapalavra